... da totalidade das coisas e dos seres, do total das coisas e dos seres, do que é objeto de todo o discurso,
da totalidade das coisas concretas ou abstratas, sem faltar nenhuma, de todos os atributos e qualidades,
de todas as pessoas, de todo mundo, do que é importante, do que é essencial, do que realmente conta...


Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano IV Número 43 - Julho 2012

TUDA

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Revista de Poesia, Literatura & Artes, desde Janeiro de 2009.

Editorial

René Magritte - Les Jours Gigantesques, 1928. Oil on canvas
poesia cadela dialética
palavra que fala silêncio
fala que cala cética etc

(Souzalopes)
Salve, Salve!

Uma palavrinha do editor:
A todos aqueles que vêm traçando palavras de elogio à TUDA! É muito gratificante ver que o trabalho vem agradando um certo público... Agradeço. Queria dizer isso aqui, pois fica inviável responder a todos pessoalmente, já que nem tempo tenho para lançar a revista em dia! Mas vamos resistindo! Muito obrigado a todos!
Ainda TUDA! Persistindo e sobrevivendo também neste Julho, sétimo mês deste ano de 2012 - e vem com tudo TUDA, que aborda o tema da dualidade de quem escreve ou já escreveu numa língua não-materna. Seja por gosto, prazer, necessidade ou imposição, os desafios e sentimentos de escrever em outro idioma mexem com o pensamento do poeta/escritor.

A inspiração para o tema busquei no irlandês Yeats, cuja carreira é cheia de conflitos de consciência. Numa de suas reflexões, Yeats diz que "... devo minha alma a Shakespeare, Spenser e Blake, talvez para William Morris, e ao idioma inglês, através do qual eu penso, falo e escrevo. Tudo que eu amo me vem através do inglês, o meu ódio me tortura com amor, meu amor, com ódio." (*)

É aparente sua decepção de não se expressar em irlandês. Depois da derrota na Batalha de Kinsale (1603), o idioma irlandês foi renegado ao passado, e foi condenado, ali, a viver apenas das histórias contadas em poemas bárdicos de sátira e louvor. Em Ideas of Good and Evil, Yeats, de pé do lado de Sliab Echtge, uma cadeia de montanhas no Oeste da Irlanda, que atravessa os condados de Galway e Clare, reflete sobre a poética da vida: "Pudesse ainda alguém, com o talento necessário e nascido irlandês, escrever peças de teatro e poemas épicos como os da Grécia. Não requer a grande poesia um povo para ouvi-la?" (*)

Ciente de que nunca faria um grande poema numa "segunda língua", voltou-se para si e continuou no cultivo do inglês. E embora alguns puristas e apaixonados ainda tentem (re)viver o irlandês, dificilmente será uma língua vernácula novamente! O povo deixou-se não-ser... é a constatação de um limite histórico!

É isso, companheiros. Na suja LabUTA do cotidiano, que embora seja mais leve para uns que para outros, no final das contas, acabarão todos sete palmos debaixo da terra - ou six feet under, como se diz por aqui... e lá, camaradinha, ninguém é melhor que o outro não... todo mundo apodrece igual, fede igual e desintegra igual... o que resta de um é o mesmo que resta do outro, ou seja, o que nem os vermes comeram! Fora uma memória ou outra, tudo não passará de imagens na mente das pessoas, nos álbuns de fotografias, e quem sabe num jornalzinho, numa revistinha ou num livreco qualquer... E só. Finito mundo finito! Mais do que isso ou é fé ou é suposição!

TUDA work-in-progress...
source: darkroastedblend

Seja como flor,
'braço forte!

Asyno Eduardo Miranda
o (auto-proclamado) editor
deste porto seguro da jlha do Eire
oje, sexª feira, sexº dia do setº mez d este Anno Domini de MMXII


(*) Livremente traduzido pelo editor...